29 de maio de 2011

Estados Unidos

Já nos Estados Unidos, a história foi bem diferente. Nos anos 1980, estreou no Brasil a série Raízes – novela do escritor Alex Haley, exibida pelo SBT –, que identificou a origem de seu personagem, Kunta Kinte – jovem príncipe, filho de Omoro e Binta, que vivia na aldeia Juffure, a quatro dias de Gambia, na África do Sul – numa pesquisa que levou mais de 12 anos. E que retrocedeu 200 anos na história de sua família para identificar em uma aldeia o seu antepassado, possibilitando identificar até o navio que o transportou à América do Norte.

Hoje, em pleno Século 21, essas consequências permanecem marcadas na mentalidade social e nas relações econômicas, sendo que, atualmente, negros e pardos representam mais de 70% dos 10% mais pobres da população brasileira, segundo dados do IPEA e do IBGE, em 2002. No mercado de trabalho, com a mesma qualificação e escolaridade, os negros recebem em média quase a metade do salário pago aos brancos; e as mulheres negras, até metade da remuneração dos trabalhadores negros. Nas cidades, mais de dois terços dos jovens assassinados entre 15 e 18 anos são negros.

O Artigo 3º da Constituição Federal Brasileira declara como objetivos fundamentais da República erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais, bem como promover o bem de todos, sem preconceitos de qualquer espécie. Mas aquilo a que assistimos ainda hoje parece ser um Brasil desigual para seu povo, o que pode ser refletido em qualquer levantamento estatístico da realidade social. (Continua)

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